sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A POLITICA—P.T.

                   DIRCEU AYRES
Ouvi falar dum partido de políticos
Algum homem, sem critério, foi assim;
Muito pobre, sem recurso, analítico;
Dá situação de nós pobres querubim.

Com certeza “PAI DE TODOS’ esse P.T”.
Com certeza seria um pai para a gente
Num Hospício vou morar, eu e você.
Ou então vamos virar uns indigentes.

Nunca fui inclinado a solução
De problema políticos sem verdade
Não professa política, nem religião.
Sou pacato, não faço essa caridade.     

O partido pra Governo assumiu!
Festa pra quem sem dinheiro estava
Logo a verba do Governo assumiu.
O político com dinheiro já gozava.

Só se DEUS em sua magnitude
Viesse condenar esses “Artistas”!
Com poderes Paranormais e atitudes,
Ficasse a olhar, sem perder de vista.

Essa gente do congresso ta sem jeito
Sou Nordestino e reputo o depravado.
Brasileiro, com vergonha no meu peito!
Sei que sempre seremos maltratados.

Em Brasília certa feita, fui morar;
Visitei Deputado e senadores
O Congresso inventei de visitar
Os tagarelas discursando... Amadores.

Mentira, só mentira, enroladores!
Esse trabalha em próprio benefício;
São falsos, perigosos enganadores.
Roubam a nos que trabalho e sacrifício.

A INTERNETE E O CORDEL.

           Dirceu Ayres
Vou te contar amigão
A história sem sujeira
Acontece sempre em feira
Lá no alto do sertão
Numa forma mais ligeira
Ecoou na terra inteira
Causou uma admiração.

Zé Mané, ou Zé Grandão,
Poeta bom de Cordel,
Falava como Menestrel
Pois assim a arte se expande.
Sargento, cabo ou Coronel,
Gente burra arranha céu,
Escrevia não sei prá donde.

Era um rapaz sem manha
Sofrer ele agüentava,
Pois se toda dor passava.
Viajou prá Grã-Bretanha.
Já chegou falando Inglês,
Falando também Francês,
Era cabra de façanha.

Com tudo ele rimava
Na rua ou feira pequena,
Sempre era a mesma cena
E o povo se admirava.
Os cordéis que ele vendia
Com voz rouca e cantoria
Vendia, também apurava.

Com os “tipos” manuais
Toda impressão ele fazia
E o matuto bem queria
Viver no mundo com paz.
Só não se compreendia
Quando o matuto nos dizia
Que ele ia para os jornais.

Pois o Mané Cordelista
Picou-se prá Capital
Em sua Cidade natal
Trabalhou como artista.
Trabalhou o condenado,
Estudou feito um danado,
Mas se tornou Jornalista.

 Aprendeu na linotipo
Com telex e off set,
Com fax, pintou o sete
Sem citar o teletipo.
Passou a fazer enquête,
Só não comia Gilette
Sabia ser esquisito.

Poeta de grande Dom
De tudo que ele fazia
Só falava em Poesia
Recitava em vozeirão.         
Com saudade da Maria
Toda hora, todo dia
Praticava o violão.             

Os anos foram passando
Tempo não vai prá trás,
Zé grande, nosso rapaz,
Já tava se adaptando
De tudo que a vida faz
Nunca nada é demais
E o estudo foi chegando.           

A máquina de escrever
Usando tempos seguidos
Entupigaitou seus ouvidos
Como quem leva bofete.
Agora que tinha sabido
Que prá tá no modernismo,
Tem de ir, prá Internet.

 Não leu, não questionou
Com essa moda lançada
Mesmo estando enviesada
O poema ali botou.                 
Uma surpresa danada
Na home Page botada
Pro o mundo, todo levou.

Agora com a internet
O poema vai distante
Num segundo, ou instante
Na Itália ou no agreste
Homem, mulher e menina
Como se fosse um berrante,
Das mágoas o povo esquece.

Zé Grandão veio prá cidade,
O matuto não esqueceu
Da terra onde nasceu
E trouxe sua habilidade.
E com isso se fixou
Na terra que lhe criou
Para a sua felicidade.

Se for por falta de espaço
Prá seus versos colocar
É preciso alguém mandar
Coloca-lo assim ao léu.
Depois só fotografar
Em um site publicar
E vai viajar a granel.

Agora o poema tá na web
E se você não concebe
O que agora com escala
Em uma pequenina casa,
Quem não podia criar lebre
Mas levado pela febre,
Tem o computador na sala.
 
Agora o computador
Vai chegar lá no sertão.
E na Internet porque não
Tem lugar prá rimador?,
É uma grande pressão
Ou uma descriminação
Que o Zé não tolerou.

Mas logo se acostumou
Largou de tá encrencando
A internet tá usando
Seu Poema colocou.

A PEQUENA CHEIROSA



             DIRCEU AYRES

Ta vendo aquela pequena
Lá no lado da outra rua?
Tem o cheiro da jurema,
Quando está comigo nua.

Aquela menina linda
Que tem grande coração
É amor que nunca finda
Que pra mim é danação.

É branquinha e tão linda
Sempre gostei tanto dela,
Esse amor que nunca finda
Ta preso na minha goela.

Não esqueço essa saudade
Que tenho em meu coração
É fogo que nem com água
Não apago essa explosão.       

Essa menina é danada
Que não sei como fazer
Pra evitar essa mágoa,
Que trás para meu querer.   

Se morro primeiro que ela!
Venho buscá-la de certeza,
A saudade que  tenho dela
Acaba também a safadeza.

Ela se mantém distante
E eu que vivo  a esperar
Sei que ela tem amante
E eu não vou desesperar.

Para mim sorri um pouco
E fingir que ela é sincera,
Vou ficando muito louco,
Ta com ela é primavera.

Às vezes sou um menino
Nos braços de uma mulher
Com cheiro tão feminino
Leva-me pra onde ela quer.

Quando a vejo mesmo longe
Com seu sorriso encantador,
Minhas ideas voam e tange,
Sou  sempre o admirador.

Vê-se o céu bem estrelado
Tu entres as estrelas tanta,
Seus olhos esverdeados
Esmeraldas que encantam.

Tenho saudade angustiada
Um ferro em brasa no peito
Não é dor é uma ferrada
E eu sei que não tem jeito.

O MATUTO ELEITOR

                                      DIRCEU AYRES 

Quem nasceu num estado nordestino,
        Como um peixe a nadar bem inocente,
O desmando que vai vir ele não sente
Vive esperando o seu fatal destino.

Se acreditar no político é desatino,
É o voto dele que político bem quer,
Pensa sempre que ele é um Mané
Ignorante, e, o político tão Ladino.

O nordestino na campanha eleitoral,
Coitado como vai votar com gosto,
Sem saber da grande carga de imposto
Que ele ajuda a colocar prá fazer mal.

Antes do pleito, sorriso, te abraça.          
Depois do pleito a grande decepção,
Nordestino quase nunca tem razão
Nordestino Presidente uma desgraça.

Isso talvez seja mesmo nossa sorte,
Más se tivessem um lago cristalino
Talvez isso mudasse o tal destino
Do matuto que nasce aqui no norte.

Com um lago ele tem água todo dia
Não precisa apertar o seu pescoço
Seu trabalho com dureza, um caroço!
Trabalhando nada falta prá Maria.

Os meninos atrofiado e barrigudo
Pois comeram pirão d’água e farinha,
Molhado só com água que ele tinha,
Por isso, tão pequeno, tão sambudo.

sábado, 3 de dezembro de 2011

“OS PEITOS”

                                
                                      Dirceu Ayres

 Certa vez eu conheci             
Uma menina danada
Assim que vi percebi,
Ela era bem malvada.
Bichinha bem diferente
Eu queria os peitos dela,
Moça que engana a gente
Achava-se bem singela.

Peito enorme bem redondo
Branco, bonito, arrumados,
Acho que tava amando
Aqueles peitos danados.
Passei a mamar o “bicho”
Sem fazer tanta careta
Quando parei, eu sei disso,
Tava mamando na teta.

Peito grande sem vergonha
A mim tu não mete medo,
Vou dissecar sua entranha
Vou saber o teu segredo
Vou mamá-lo até secar
Vai ficar gostoso sedo
Sem querer te molegar
Vou pra cima sem medo.

A dona daqueles peitos
Eu sei bem quem é aquela
Pediu-me com muito jeito,
Que eu pegasse por trás nela.
Já velho muito cansado,
Queria esquecer os peitos,
Naquele corpo dourado
Que sabia ser perfeito.

Sentado eu observava
Aquele corpo tão bonito,
Sabendo que ela levava
Lá na frente meu conflito.
Esquecer aqueles peitos
Pra cabeça descansar,
Bem pesado aquele eito
Não podia carregar.

Aqui me despeço agora
Pra tentar acomodar
Não posso esperar a hora
Dessa peleja largar.
Espero sonhar com peito
Acordar não os largar
Levantar com muito jeito
Na memória colocar.

 Inda hoje, Divagando;
Eu entro em disritmia.
Quase tudo que sabia
Pensando estou sonhando;
 Aqueles peitos redondos
Quase que me enlouquecia
Chupei muito aquele dia
Hoje estou só me lembrando.    
            
                                                                                

AQUÍ JÁZ

    
 Embaixo dessa pedra, uma cousa;
Com dizeres que alguém escreveu,
“Aqui jazem os restos do Dirceu”
O lugar onde agora ele repousa.

Teria de arrancar da morta lousa
Nesse Português mal gravado
Onde jazem restos sepultados
Do Dirceu, o poeta que repousa.

Morreu, agora ninguém mais ousa
Falar mal dele, estando separado,
Agora só tem restos, e, sepultado
Nem família, nem filhos, ou esposa.

Ele partiu e agora está bem longe
Vive junto de quem ama, é certo,
Todos que ele amava estão perto,
E aquele que não amava ele tange..

Pois o Poeta como água que corre
Como a onda magistral e mansa,
O Poeta ao se deitar, descansa
Com melodia, poesia ele não morre.

As mulheres que tanto ele amava
Sempre outros braços, outras juras
Umas verdadeiras, outras impuras,
Amando nos lugares que ele gostava.   

O instinto do Poeta é só perdão
Para as mercadoras de amores
Agora seu espírito lhes dá flores
Sem mágoa, com amor no coração.

  DIRCEU AYRES                

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A TRISTEZA

                    DIRCEU AYRES


Deus, essa  tristeza me consome!
Como continuar vivendo assim?
Como pode minha vida tão ruim?
Tenho medo até de não ser homem.

Sempre fui bom pai, e bom amigo!
Não acredito que com isso me afaste
De Deus, não há castigo nem desgaste!
E ainda mais, sou bom, e sem castigo.

Uma tristeza ruim que me acabrunha
Fico pensando... Isso leva a solidão?
Talvez precise alguém me pegue à mão!
Pra não roer a substância córnea da unha.

Penso que da vida que eu tirei proveito
 Em meus poucos momentos de alegria,
A minha mãe tão experiente já dizia:
“Que um emissário DEVINO, eu seria.”

Parmênides de Eléia e Platão tinha razão!
Somos sombras nesse mundo de ilusão
Nesse lado só tenha muita escuridão
O lado verdadeiro, só tem Grande clarão.

Continuarei cumprindo a amarga sina
Enquanto chega a hora derradeira.
Amiga, inimiga, será então primeira,
Passageira, da viagem que termina.

Estarei então na frente do “senhor”;
Prestarei contas de tudo que aqui fiz
Com muito gosto voltarei a ser aprendiz
Para glória de descendente que ficou.

Ficarei feliz no novo aprendizado
Estarei com Anjos de muita candura
Que até falando, exalam só ternura.
Saio do mundo; não deveria ter estado.

Insano desejo

                    DIRCEU AYRES.

 Madrugada o sono não aparece,
Vem ao peito a dor que me devora,
Dor crucial que aumenta toda hora,
Ser humano que está vivo e padece.

Dor crucial que na solidão aumento
Esse momento infeliz que vivo agora,
Espero ver por fim, chegar à hora!
Acabrunhado, a alma em desalento.

Tenho encontro fatal com essa megera
Já vivendo com minh’alma combalida
Como viver com essa amarga lida,
Que um ser humano seu pensar libera.

Alforriado mas com a alma adoecida,
Ai, quem me dera que tivesse agora!
O encontro amargo com essa senhora
Que com jeito quer levar a minha vida.

Porque viver é tão amargo assim
Para mim, onde existe a solidão!
Sendo bom, não preciso de perdão;
A saudade, a tristeza, mora em mim.

Agora com desejo insano e impuro,
Quero com a morte dar uma brigada!       
Grande briga logo aqui anunciada
Pois assim vou brigar estando seguro.

DOUTOR RODRIGO E O ANEURÍSMA

              DIRCEU AYRES

Conheci Dr. Rodrigo
Vi que é boa pessoa,
Sua conversa é boa
Além de ser bom amigo.
Esse rapaz tão querido
Vai me ajudar a vencer
O aneurisma pode crer,
Pois isso não é castigo.

Da Patrícia é bom amigo
O garoto é bom caráter,
Não vai deixar que me mate
Eu sou um velho querido.
Vai falar com seus amigos
O aneurisma estudar
Não vai meu caso largar
Nem que fosse inimigo.

Pegar um especialista
E com ele conversar,
Prescutar, avaliar!
Para que eu resista.
Não posso viver assim
E não vou ficar em casa,
Eu vou tentar conversar
Com Engenheiro da NASA.

Um Engenheiro da NASA
Fabricar esse remendo,
Vê se depois eu entendo
Quando estiver em casa.
A Prótese ele fabrica
Não é trabalho pra casa;
Só Engenheiro da NASA,
É quem faz e quem indica.

Endoprótese é um canudo
Na artéria ele navega,
Vai por dentro e carrega
O aneurisma buchudo.
Sair dessa numa boa
Ao Rodrigo agradecer
Depois de operar, saber!
Se o serviço é coisa atoa.                         

A bela Nayda eu vou ver
Pra matar saudade dela
Não perturbar tanto a ela;
Amizade é pra valer
E depois eu vou fazer
Uma festa bem safada,
Raparigas convidadas
Pra alguma alegria eu ter.

Pretendo viver mais tempo
Logo depois me acertar,
Só não vou deixar cortar
O meu bucho, eu não agüento.
Quando sair do Hospital
Vou mandar tocar sanfona
Chamar a minha Eliana,
Pra fazer um Carnaval.

E já que falei em bucho,
Lembrou-me uma buchada
Que comi com camarada,
Pra quem come dá repuxo.     
Uma cachaça danada
Pra tomar com a buchada
Acompanha uma rabada
É melhor que feijoada.

Depois que sair da mesa
Tomar cachaça de cana
Agarrar-me a Eliana.
Agora virei ALTEZA.
Pra me fazer respeitar
Vou pegar minha Peixeira
Cortar chão da gafieira
E a poeira levantar.

Eu vou mandar buscar
Zé Pelintra, Zé Rojão!
Mané dedo Zé Grandão
E um outro vai chegar.      
Eles são muito valentes
Más não é muito amigo
Vão proteger Dr. Rodrigo,
Que é quase meu parente.

Assim que tiver satisfeito,
Vou dar farra em São Paulo
Depois, venho á Cavalo;
Pra fazer teste nos peitos.
Vou testar também as tripas
Pra ver se o balanço corta
Também vou testar aorta
Pra vê se ela se estica.

Estando tudo de bem
Com aorta que estica
Vou rezar, lá onde fica,
O Santo que me quer Bem.