sábado, 3 de dezembro de 2011

AQUÍ JÁZ

    
 Embaixo dessa pedra, uma cousa;
Com dizeres que alguém escreveu,
“Aqui jazem os restos do Dirceu”
O lugar onde agora ele repousa.

Teria de arrancar da morta lousa
Nesse Português mal gravado
Onde jazem restos sepultados
Do Dirceu, o poeta que repousa.

Morreu, agora ninguém mais ousa
Falar mal dele, estando separado,
Agora só tem restos, e, sepultado
Nem família, nem filhos, ou esposa.

Ele partiu e agora está bem longe
Vive junto de quem ama, é certo,
Todos que ele amava estão perto,
E aquele que não amava ele tange..

Pois o Poeta como água que corre
Como a onda magistral e mansa,
O Poeta ao se deitar, descansa
Com melodia, poesia ele não morre.

As mulheres que tanto ele amava
Sempre outros braços, outras juras
Umas verdadeiras, outras impuras,
Amando nos lugares que ele gostava.   

O instinto do Poeta é só perdão
Para as mercadoras de amores
Agora seu espírito lhes dá flores
Sem mágoa, com amor no coração.

  DIRCEU AYRES                

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