sexta-feira, 15 de junho de 2012

OLHOS AZUIS

           OLHOS AZUIS         

Pajussara tem águas peregrinas
Mesmo andando sem inspiração
Como espelho que empata a visão
Ofuscando seu olhar, sua retina!
Más agora, infaustas da rotina
Transformou teu ser, tua beleza.
Filha linda que és da natureza,
Vem comigo ver águas cristalinas,
Cristalina e tão puramente clara
Que são águas bonitas da pajussara.    

Avião, um clarão exclui os ignotos
Pois é rota de indômitos Pilotos,
Mistério do céu azul vai rebrotando;
O Graal das metáforas vai doirando
Como uma arte de divina Alquimia,
Brancura da pele, melanina existia;
Os amores que por certo já fazia
Meu amor por aqui ficou chorado.
Olhos azuis que está admirado
Sentimentos têm não se esvazia.

 Descrição dessa donzela
Com seus olhos tão azuis,
O prazer que tenho nela,
O olhar dela me seduz.
Pois o que nos livros achei,
Rimar poesia nessa história
Pois eu nada acrescentei,
Tudo que vem da senhora
Muita coisa, eu consultei,
Pois ela é minha até agora.



ELE AINDA NÃO MORREU




                              DIRCEU AYRES

Leve em conta, o Poeta não morreu;
Amigos certos, sentirão saudade
Tanto dos versos que ele escreveu
Como palavras de maviosidade.

É certo que seus versos não morrerão,
Estará sempre em cada um de nós,
Todos os versos declamados e ouvirão
Que cada Poema conterá a sua voz.

O Poeta que para nós nunca morreu
Pode até tá “encantado”, ouso dizer
Pois Poeta igual a ele não nasceu
Ou não fez ainda por onde merecer.

É muito certo que a lembrança ficará;
Profundamente encravado em nosso ser
Em todo verso por bom tempo se ouvirá
Boa lembrança, o carinho e bem querer.

ÁÇO DE BOA TÊMPERA



                DIRCEU AYRES

Meu aço não destempera
Pois sou de aço forjado,
Não vivo destemperado
E comigo não se espera.

Sou aço inoxidável
No fogo eu fui forjado
Depois eu fui molhado,           
Bem tratado e moldável.

Com raiva sou ferro em brasa
Na água eu fui temperado,
Ferro Gusa misturado
Para um aço bem tratado.

Na forja eu fui derretido
Peguei forma com o malho
Faíscas que eu espalho,
Bom estar de bem comigo.

Leva ao fogo, destempera;
Agulha, carro, caminhão,
Canivete, faca e facão,
No forno o aço tempera.

Fabrica ponta de flecha,
Usa o aço prá canhão,
No ponteiro do ferrão
Prá tudo o aço se presta.

Ser de aço como eu sou
Ter a forma tão ladina
Com uso na medicina,
Bisturi pinça e pivô.

Faz a enxada que cave
Após derreter o aço,
De pedaço em pedaço,
Fazem até espaçonave.
Pense como sou homem
De aço todo forjado,
Tenho de deixar legado;
Essa idéia me consome.

Se for o jeito que tem
E outro jeito não há;
O meu jeito é não deixar
O aço, para ninguém.