sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O MATUTO ELEITOR

                                      DIRCEU AYRES 

Quem nasceu num estado nordestino,
        Como um peixe a nadar bem inocente,
O desmando que vai vir ele não sente
Vive esperando o seu fatal destino.

Se acreditar no político é desatino,
É o voto dele que político bem quer,
Pensa sempre que ele é um Mané
Ignorante, e, o político tão Ladino.

O nordestino na campanha eleitoral,
Coitado como vai votar com gosto,
Sem saber da grande carga de imposto
Que ele ajuda a colocar prá fazer mal.

Antes do pleito, sorriso, te abraça.          
Depois do pleito a grande decepção,
Nordestino quase nunca tem razão
Nordestino Presidente uma desgraça.

Isso talvez seja mesmo nossa sorte,
Más se tivessem um lago cristalino
Talvez isso mudasse o tal destino
Do matuto que nasce aqui no norte.

Com um lago ele tem água todo dia
Não precisa apertar o seu pescoço
Seu trabalho com dureza, um caroço!
Trabalhando nada falta prá Maria.

Os meninos atrofiado e barrigudo
Pois comeram pirão d’água e farinha,
Molhado só com água que ele tinha,
Por isso, tão pequeno, tão sambudo.

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