sábado, 24 de setembro de 2011

O Renascimento.

     Dirceu Ayres                                  
Vai descalça garota, corre vai amar,
Reciclar a mulher velha faz-la nova
Nesse caminho desgraçado caminhar
Repetida e obstinadamente renovar
Engrossada por violências guturais,
Com seus gritos quase sobrenaturais.

Renascer dessa vida noutra vida
Esperar o desenlace no final
Gritos surdos, contração umbilical
Depois de tudo, saindo dessa lida
Viajar em todo o espaço sideral
Em outra vida chegará mais jovial.

Procurar a terra da luz dourada,
Falar com os entes que se foram
Com a voz maviosa sem estouro
Nas bordas das nuvens faz sacada.
Curtir o amor muito antes e casual,
A morte chegará prá seu final.

Renascer num lugar limpo e puro
Falar com as pessoas bem amadas
Ambiente onde todas são letradas
Tudo claro, tão lindo e sem escuro;
Sem maldade com velhos e joviais
Todos aqui são tratados como iguais.

No céu com as virgens vou tratar
Muito nova, vou sempre observar
Sem vícios da gente que aqui está
Aprendendo as lições, logo virá
As mas belas criaturas do paraíso,
Observarei carinhoso e com juízo.

DANIELA

 Dirceu Ayres                      


É um nome bem comum
Esse que é o nome dela,
Pois seu nome é Daniela
Nem parece com nenhum.
A primeira vez que a olhei,
Era uma inocente menina,
Quando com ela transei
Uma onça, uma felina.

Inteligente e saudável
Tinha dentes com alvura
Não largava a frescura
E às vezes era amável.
Ela tem cabelo louro
Bem cuidado e cacheado
O cabelo nem amassado
Perde seu brilho de ouro.

Sua pele tão branquinha
Seio branco arredondado,
Perfeito, não machucado;
E mamilo bem rosinha.
Essa gata meio estranha
Quando sexo vai fazer
O prazer de seu querer,
Trás de dentro da entranha.               

Satisfazendo o seu querer
Se sentindo em bom estado,
Seu corpinho descansado
Tem mais força, mais poder.

Ela tem minha amizade
E também meu coração
Por ela tenho paixão
E to guardando saudade.
Pois não consigo esquecer
Já ta em mim arraigado
Mesmo sendo empurrado.             
Eu não deixo o seu querer.     


O CONQUISTADOR.

                  
  Dirceu Ayres                          

Eu, Jumento Pai d’égua;
Amando moça tão pura,
Minha vida que era escura
Pra ela, eu corria as léguas.

Fazendo sempre um amor
Com uma Jovem gostosa,
Nem tanto por ser formosa,
Mas, com ela não tinha dor.

Gata manhosa, bem faceira
Quando olha os homens gritam,
Uns elogiam, outros criticam,
Tudo isso é uma besteira.

Carregar sempre essa dor
De ser amante escondido
Embora sempre sentido
Lembrando sempre amor.

Não sou mais conquistador,
Nem consigo me esquecer
Dos tempos que com querer
A amava com muito ardor.

Mesmo assim to satisfeito
Pois essa vida vai levando,                   
Continuo a ela amando
Agora não tem mais jeito.

Pendurado à minha cruz
Terei gostado dessa vida,
Vou esquecendo a ferida
Que meu coração produz.

A mente tem as lembranças
Das garotas que eram formosas
Mesmo sem serem gostosas,
Eram minhas conchanbranças.

Assim conto minha estória
Que eu vivi há tanto tempo,
Pra esquecê-la não agüento
Essa estória é bem notória.

Aqui eu vou dar um passeio
Do jeito do conquistador
Más por ela que ainda estou
Esperando com receio.           .
          
Mais quando tiver partido
Desse mundo que é insano,
Nunca mais cometo engano
Não serei mais distraído.

Na terra da luz dourada
Serei muito bem recebido,
Serei também um escolhido
Pra continuar minha estrada.