sábado, 3 de dezembro de 2011

“OS PEITOS”

                                
                                      Dirceu Ayres

 Certa vez eu conheci             
Uma menina danada
Assim que vi percebi,
Ela era bem malvada.
Bichinha bem diferente
Eu queria os peitos dela,
Moça que engana a gente
Achava-se bem singela.

Peito enorme bem redondo
Branco, bonito, arrumados,
Acho que tava amando
Aqueles peitos danados.
Passei a mamar o “bicho”
Sem fazer tanta careta
Quando parei, eu sei disso,
Tava mamando na teta.

Peito grande sem vergonha
A mim tu não mete medo,
Vou dissecar sua entranha
Vou saber o teu segredo
Vou mamá-lo até secar
Vai ficar gostoso sedo
Sem querer te molegar
Vou pra cima sem medo.

A dona daqueles peitos
Eu sei bem quem é aquela
Pediu-me com muito jeito,
Que eu pegasse por trás nela.
Já velho muito cansado,
Queria esquecer os peitos,
Naquele corpo dourado
Que sabia ser perfeito.

Sentado eu observava
Aquele corpo tão bonito,
Sabendo que ela levava
Lá na frente meu conflito.
Esquecer aqueles peitos
Pra cabeça descansar,
Bem pesado aquele eito
Não podia carregar.

Aqui me despeço agora
Pra tentar acomodar
Não posso esperar a hora
Dessa peleja largar.
Espero sonhar com peito
Acordar não os largar
Levantar com muito jeito
Na memória colocar.

 Inda hoje, Divagando;
Eu entro em disritmia.
Quase tudo que sabia
Pensando estou sonhando;
 Aqueles peitos redondos
Quase que me enlouquecia
Chupei muito aquele dia
Hoje estou só me lembrando.    
            
                                                                                

AQUÍ JÁZ

    
 Embaixo dessa pedra, uma cousa;
Com dizeres que alguém escreveu,
“Aqui jazem os restos do Dirceu”
O lugar onde agora ele repousa.

Teria de arrancar da morta lousa
Nesse Português mal gravado
Onde jazem restos sepultados
Do Dirceu, o poeta que repousa.

Morreu, agora ninguém mais ousa
Falar mal dele, estando separado,
Agora só tem restos, e, sepultado
Nem família, nem filhos, ou esposa.

Ele partiu e agora está bem longe
Vive junto de quem ama, é certo,
Todos que ele amava estão perto,
E aquele que não amava ele tange..

Pois o Poeta como água que corre
Como a onda magistral e mansa,
O Poeta ao se deitar, descansa
Com melodia, poesia ele não morre.

As mulheres que tanto ele amava
Sempre outros braços, outras juras
Umas verdadeiras, outras impuras,
Amando nos lugares que ele gostava.   

O instinto do Poeta é só perdão
Para as mercadoras de amores
Agora seu espírito lhes dá flores
Sem mágoa, com amor no coração.

  DIRCEU AYRES