quarta-feira, 9 de maio de 2012

A HORA DA MORTE

   
     DIRCEU AYRES                  

Nem as sombras de inúmeras feições
Brados desmontados, queixos caídos,   
Lágrimas falsas caindo para o chão,
Risos de escárnio, ou gritos já vencidos.

Só lendas e sendas de um trovador,
Bocas cantando uma bela canção,
Só as sagas desse grande sonhador
Dedos volitando cordas de um violão.

E assim minha alma com ternura
Subirá para a terra da luz dourada
Para onde vou o local só tem doçura
Não trilhará nunca mais esta estrada.

Aí sim, vencerei a morte tão danada!
Levarei comigo essa minha amizade
Dos que ficam prá trilhar essa estrada
E com isso diminuirei a tal saudade.

Pois amizade é pura não se contamina
Será lembrada muito além do infinito,
O prazer de tela junto é que me anima
Não preciso vê-la, pois, apenas sinto.

Seguirei por fim a grande estrada
Até chegar na entrada da caverna
Dos antigos com estória tão sofrida.
Local amigo onde a vida se encerra.     

DANIELA

        Dirceu Ayres                                     


É um nome bem comum
Esse que é o nome dela,
Pois seu nome é Daniela
Nem parece com nenhum.
A primeira vez que a olhei,
Era uma inocente menina,
Quando com ela transei
Uma onça, uma felina.

Inteligente e saudável
Tinha dentes com alvura
Não largava a frescura
E às vezes era amável.
Ela tem cabelo louro
Bem cuidado e cacheado
O cabelo nem amassado
Perde seu brilho de ouro.

Sua pele tão branquinha
Seio branco arredondado,
Perfeito, não machucado;
E mamilo bem rosinha.
Essa gata meio estranha
Quando sexo vai fazer
O prazer de seu querer,
Trás de dentro da entranha.               

Satisfazendo o seu querer
Se sentindo em bom estado,
Seu corpinho descansado
Tem mais força, mais poder.

Ela tem minha amizade
E também meu coração
Por ela tenho paixão
E to guardando saudade.
Pois não consigo esquecer
Já ta em mim arraigado
Mesmo sendo empurrado.             
Eu não deixo o seu querer.