Dirceu Ayres
Agora aqui vou contar
Que aconteceu comigo
Não pretendo reclamar
Pois respeito o castigo.
Pois eu tenho de falar
O que vi em um lugar
Onde só tem morto vivo.
Nesses versos que escrevo
Sempre com muito tato
Pois tratam de algum fato
De repuxar qualquer nervo
Assim, para ver esse acervo
Tratar tudo sem ter medo.
Quando entrei no Hospital
A procura de uma parenta
Emoção que não se agüenta,
Esperando que alguém chame
E vindo em minha direção
Uma mulher, tipo Avião
Bem na minha direção
Aproximava-se a ELIANE.
Nas quebradas do sertão
Bem no topo de uma serra
Um cabra quase se ferra
Vendo nisso uma aparição.
O que tinha em minha frente
Eu sabia que era gente
Não ia me enganar não.
Sou cabra bem destemido,
Se fosse um bicho da terra
Sou atirador que não erra
Más o encontro era amigo.
Tinha ali na minha frente
A minha prima Eliane,
Pense que cobra ou serpente,
Também, pode ser carente
Vou antes que ela me chame.
Eu que estava proibido
De uma moça abraçar
Sob pena de ganhar
Um Aneurisma rompido
E eu queria me chegar
Aquela moça abraçar
Mas deveria me cuidar
Pra não ser tão enxerido.
Pra compreender a história
Primeiro vou ter que dizer
O que precisam saber
Duma remota memória.
Cinqüenta anos vai fazer
Fizemos uma coisa inglória
Amigos todo dia e toda hora
Sumiram pra ninguém ver.
Assim que eu vi aparecer
Na minha frente tão bacana
A moça linda igual Cigana
Para um homem endoidecer.
Abraçando-a com tanta emoção
Sem tristeza e alegria já sentida
Uma vida machucada já vivida
Agora vou cuidar do coração.
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