Dirceu Ayres
O dinheiro público está bancando mais de 60% das obras de estádios da Copa-2014 erguidos com as PPPs (parcerias público-privadas), informa reportagem de Fernanda Odilla, publicada na edição desta segunda-feira da Folha disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha). O grupo do Ministério Público Federal que acompanha a preparação do evento diz que isso desvirtua o modelo, no qual o setor privado financia e executa determinada obra ou serviço em troca do direito de concessão. No caso mais grave, o setor público se comprometeu com 80% do orçamento da reconstrução do estádio da Fonte Nova, em Salvador. Os procuradores têm recomendado ajustes nos contratos para minimizar riscos às sedes do Mundial. Mesmo tendo optado pela PPP, os governos de Bahia, Ceará e Pernambuco receberam um financiamento total de R$ 1 bilhão do BNDES para erguer arenas que vão custar juntas, R$ 1,76 bilhão. Nos três casos, a verba pública ultrapassa 60% do orçamento dos estádios. O banco de fomento da União ainda analisa pedidos para as arenas de Minas Gerais e do Rio Grande do Norte. Bahia e Ceará contraíram empréstimos para repassar o dinheiro às parceiras privadas. Pernambuco vai usar a maior parte da verba para ressarcir o que foi investido. Responsáveis pela Copa-2014 na Bahia, no Ceará e em Pernambuco dizem cumprir a legislação com rigor. Os governos informam que o modelo de parceria (público-privada) foi aprovado pelo BNDES, que criou um financiamento específico para o Mundial no Brasil. Inadimplência cresce 22,3% no primeiro semestre, diz Serasa SÃO PAULO - No primeiro semestre deste ano a inadimplência do consumidor avançou 22,3% em relação ao mesmo período de 2010. Este aumento é o maior dos últimos nove anos, apontou o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor O crescimento da inadimplência se deu em quase todas as modalidades de pagamento pesquisadas, excluindo os protestos. Em junho, o crescimento da inadimplência desacelerou-se, com alta de 7,9% em relação a maio. Na relação com junho do ano passado, o indicador avançou 29,8%, o que representa o maior aumento nesta avaliação desde maio de 2002. Dentre os componentes do indicador, a inadimplência com os bancos deu a principal contribuição para a alta do índice mensal, com avanço de 8,1%, respondendo por 3,8 pontos percentuais na variação total. Assim, o forte crescimento da inadimplência no semestre "é justificado pelos efeitos da política monetária para controle da inflação, alta dos juros, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e encarecimento do crédito", apontou o Serasa em comunicado. Já o valor médio das dívidas não bancárias caiu 20,2% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual intervalo do ano anterior, passando de R$ 385,50 para R$ 307,54 neste ano. A redução no valor médio das dívidas bancárias, entretanto, foi menor, com queda de 2,0% na comparação com o primeiro semestre de 2010, passando de R$ 1.335,17 para R$ 1.307,90 neste intervalo. (Bruno De Vizia
Valor)
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