terça-feira, 19 de julho de 2011



       A FAZENDA                  

      DIRCEU AYRES

Na Fazenda a bicharada
Descansando, ruminando;
Sem querer ir prá estrada
Deitada só mastigando.
À tardinha abro o curral,
Para os bezerros prender
O vaqueiro não é mal
É pro leite não beber.

Ajuda do leite que vende
Faz a Fazenda melhorar,
O morador já entende
Que melhora vai chegar.
Pois ele vivendo aqui
Cuidando da campineira
Ouvindo estória de sacy
A noite junto a fogueira.

Cuidar bem dos animais
Da produção da Fazenda,
Cuidando, mas tu estás,
Sem que a gente te entenda.
Coentro, cebola, pimentão
Salsaparrilha, batatinha,
Tem xuxú e baba-timão
Plantado por Menininha.

Quando é hora da comida
Hora de muita alegria
Vamos encher a barriga,
Descansar pro outro dia.
Na Fazenda é coisa boa
Tomar muito banho de rio
Comer muito, andar à toa
E enfrentar o desafio.

De tardezinha satisfeito
Ao regressar do trabalho
O pasto já está bem feito
Lá eu não tenho atrapalho
E está limpo o roçado,
E também todo terreiro
Tudo entupido de gado
Deitado sem desespero.

Acho tudo um colosso
Venha espiar como eu,
Olhando para o pescoço
O caroço que apareceu
O nó que fica andando
Com comida que comeu
Vai andando prá danar
Remoendo mastigando.
Às vezes fico pensando,
Ta preparando o jantar.

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