sábado, 21 de janeiro de 2012

JUVENTUDE E JARINA

  
          DIRCEU AYRES        
Guardo ainda a lembrança
Da namorada, A Jarina,
Foi a mais bela lamparina
Que iluminou minha infância.

As lembranças do passado
Dessas que não voltam mais,
Tempo que ficou pra trás;
Também vivi mau bocado.

Ser jovem é sim, coisa boa;
Tem lembranças que açoda,
Algumas que me incomoda,
Outra no pensamento voa.

Como obsessão cromática
Lembro muita a sua alvura,
Tão branquinha e tão pura,
Essa cor me leva à estática.

Era bom que a natureza
Fizesse trato com a morte
Pra dependendo da sorte
Nos levasse com beleza.

Nessa nossa sociedade
Morrer velho é estorvo.
Dessa Idea eu muito corro
Vou curtir a mocidade.

As jovens corriam atrás
Hoje corre pra distante;
Não demora um só instante
Aos jovens querem bem mais.

Viver somente de esperança
Lembrar tempo que passou,
A juventude que logo ficou,
Encravado na lembrança.

E eu sei cada vez mais
Que se apagou a lamparina
Escafedeu-se minha Jarina
E o azeite não tem mais.

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